Temas relacionados a alterações e perda de olfato  têm despertado a atenção da comunidade em geral, em virtude da grande associação entre COVID-19 e seu impacto no olfato e paladar.

Mas além do Covid-19… Quais seriam as outras principais causas para a perda (ANOSMIA) ou diminuição do olfato (HIPOSMIA)?

Explicarei aqui 6 causas principais para a perda de olfato:

1 – Processo natural do envelhecimento – Estudos clínicos recentes realizados nos Estados Unidos conseguiram determinar que mais de 50% dos idosos entre 65-80 anos de idade já apresentam algum grau de redução no olfato, e que no grupo de idosos com mais de 80 anos, este número é ainda maior, as alterações no olfato podem estar presentes em mais de 75% dos casos. A hiposmia acontece no processo de envelhecimento, devido a danos progressivos nas células receptoras olfatórias no nariz bem como por redução na resposta neural.

2- Traumatismo craniano – trauma crânio encefálico com lesão do bulbo olfatório e fratura na placa cribiforme.

3- IVAS – Infecções de Vias Aéreas Superiores – causadas por outros tipos de vírus – Rhinovirus, Adenovirus…. Este tipo de perda olfatória, diferente do COVID 19, costuma ser menos severa e geralmente associada a sintomas nasais como congestão nasal e coriza.

4 – Rinossinusite crônica com ou sem pólipos nasais – processo inflamatório do nariz e seios da face causando perda olfatória por mecanismos condutivos (nariz congestionado e pólipos bloqueando a fenda olfatória) e inflamatórios. Rinossinusite crônica: o que é e qual o tratamento?

A perda de olfato nesta condição pode apresentar características “flutuantes”, ou seja, quando a inflamação está controlada a perda de olfato pode apresentar períodos de melhora.

5 – Doenças neurológicas – Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Esclerose Múltipla.

Em estudos de neuroimagem, alguns pacientes com anosmia (ausência de olfato) apresentam perda do volume da substância cinzenta – em certas áreas do cérebro, fortalecendo a tese da associação entre o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e perda de olfato. A hiposmia pode ser a manifestação inicial de uma doença neurológica.

Na investigação de pacientes com perda olfatória, o exame de Ressonância Magnética pode avaliar toda a área cerebral, bem como o a região do bulbo olfatório.

6 – Tumores – tumores da região olfatória (meningioma ou estesioneuroblastoma) – são diagnosticados normalmente pelo otorrinolaringologista ou neurologista.

Conclusão:

Em resumo, várias podem ser as causas para a perda de olfato. Portanto este é um sintoma que merece uma investigação adequada por um otorrinolaringologista. Cuide de sua saúde!