A rinite alérgica é uma condição clínica muito prevalente na população brasileira. Estima-se que esta condição possa afetar até 30% da população, e se não tratada e controlada pode trazer muitos prejuízos à qualidade de vida do indivíduo, tais como: dificuldades respiratórias, fragmentação do sono, faltas na escola e no trabalho.

Por que é importante tratar a rinite alérgica durante o período de Pandemia Covid-19?

Vários são os motivos para manter a rinite alérgica controlada, especialmente durante o período de pandemia Covid-19. Este é inclusive um questionamento que venho recebendo em meu consultório. Algumas entidades médicas, como a Academia Brasileira de Rinologia e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia  têm reforçado a importância do controle desta doença, e aqui enumerei alguns motivos:

  • O paciente com  rinite alérgica controlada conseguirá adaptar-se melhor ao uso de máscaras no seu dia a dia, mantendo-se protegido e protegendo os demais; durante um quadro de crise, o paciente sente-se muito sufocado e incomodado com o uso das máscaras e tende a retirar mais vezes da face para conseguir respirar melhor.
  • Um paciente com rinite alérgica pode estar infectado com o Coronavírus e não saber (pacientes assintomáticos). Entretanto, se estiver com uma crise de rinite alérgica, apresentará muito mais coriza, tosse irritava e espirros. Os espirros, particularmente, sabidamente são uma fonte importantíssima de aerossolização das partículas virais.
  • Seguindo o mesmo raciocínio, este mesmo paciente com rinite alérgica leva muito mais as mãos ao nariz e boca, pois sente coceira no nariz e apresenta mais necessidade de assoar o nariz. Sabemos que as mãos com gotículas respiratórias são importante forma de contaminação por Coronavírus. Por isso a classe médica insiste tanto na correta higienização das mãos com água e sabão e com álcool em gel.
  • Além disso, os sintomas de uma crise de rinite alérgica podem gerar uma confusão diagnóstica: sintomas como: alteração de olfato (hiposmia), tosse seca, coriza, podem confundir o paciente que, imaginando tratar-se de um quadro de Covid-19, acaba procurando atendimento hospitalar. Esta situação poderia ser evitada se o quadro alérgico estivesse controlado.
  • Estima-se que aproximadamente 80% dos pacientes com asma apresentem rinite alérgica concomitante. A rinite alérgica não controlada pode descompensar este quadro de asma (conceito das “Vias Aéreas Unidas”), mais uma vez levando este paciente a buscar atendimento em unidades hospitalares.

A rinite alérgica é considerada fator de risco para Covid-19?

Não. A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) divulgou nota informando que a presença de rinite alérgica não aumentaria as chances de formas graves de doença por SARS-COV-2. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) também não catalogou a Rinite Alérgica como comodidade de risco para formas graves de Covid-19.

Outras doenças respiratórias, como a asma ou bronquite podem ser consideradas fator de risco para formas mais graves da doença.

Abaixo segue vídeo abordando este tema:

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