Desde o início da pandemia Covid-19 no Brasil em fevereiro de 2020, um grande interesse pelo sentido do olfato e suas alterações foi despertado nas pessoas, bem como suas terapias, entre elas o treinamento olfatório.

Tanto pacientes que haviam perdido o olfato após a infecção pelo novo Coronavirus, quanto pacientes que já apresentam dificuldades no sentido do olfato, ocasionado por outros motivos, passaram a se interessar mais pelo assunto e buscar alternativas de tratamentos.

COMO É O  TRATAMENTO PARA A PERDA DE OLFATO?

O tratamento para a perda de olfato naturalmente depende da causa original, sendo necessário uma avaliação especializada pelo otorrinolaringologista antes de se iniciar tratamentos, que podem compreender: cirurgias, medicamentos e o treinamento olfatório.

O TREINAMENTO OLFATÓRIO É UMA TERAPIA NOVA?

O treinamento olfatório não é uma terapia nova.  Foi originalmente proposto/ validado e publicado pelo Professor Hummel, na Alemanha em 2009. Professor Hummel é o médico que mais estuda olfato no mundo.

Esta terapia se baseia na oferta de determinados odores/essências para que o paciente inale de maneira periódica, duas vezes ao dia, durante um período de meses, com o objetivo de auxiliar na recuperação das vias olfatórias até o cérebro (córtex cerebral). O treinamento olfatório se baseia em dois princípios: na capacidade do sistema olfatório de formar novas conexões (plasticidade neuronal) e na capacidade de regeneração dos neurônios olfatórios a partir das células basais.

Com a quantidade de pacientes infectados pelo Coronavirus que continuavam apresentando perda de olfato (hiposmia ou anosmia) após mais de 30 dias da doença esta terapia logo foi inserida no protocolo de recuperação da função olfatória para estes pacientes.

Em 2019 – ou seja antes da pandemia –  um grupo de pesquisadores brasileiros  validou e publicou um protocolo de treinamento olfatório caseiro, composto por 7 odores, de substâncias normalmente presentes no dia a dia de uma casa. Este protocolo foi bastante útil especialmente no início da pandemia, quando os pacientes tinham mais dificuldade em adquirir as essências propostas originalmente pelo protocolo do prof. Hummel.

Ambos os protocolos são eficazes. O grande segredo é a dedicação e a consistência do paciente e o entendimento de que este treinamento pode levar vários meses.

Portanto se você apresenta alguma dificuldade no sentido do olfato (redução, ausência ou distorção na percepção dos odores), consulte com seu otorrino de confiança para que a sua perda de olfato seja avaliada. Talvez o treinamento olfatório seja uma opção de tratamento para o seu caso.